11. O Sagrado, de Nilton Bonder

Hoje é um dia um pouco triste, apesar de rico... Antagônico? Sim, mas explicarei.
Este livro, foi muito bem recomendado por uma grande amiga. Tão maravilhoso que criei um relacionamento com ele, do tipo, "deixe-me ler o que ele tem para me dizer hoje, mas não diga muito porque preciso dormir pensando nas suas palavras...". Tão rico de informações, tão rico de valores que chega a ser impossível não modificar no mínimo o mínimo de um ser humano. Então, não li, degustei, refleti e, pena que acabou...
Livro pequeno, uso da língua portuguesa rebuscada como todos os livros deste brilhante autor mas, se lido com o coração aberto, passa a ser de fácil entendimento.
Recomendo 1000 vezes se for preciso!
Abaixo alguns trechos:

"O Inculto sonha com o objetivo ... Quem conhece o segredo do segredo, busca o objetivo pelos caminhos abençoados e desimpedidos. Não pelo objetivo e nem pelo caminho, mas para andar com Deus."

"O prazer do jogo não está nem nos poderes e privilégios dos oficiais nem na recompensa do peão bem-sucedido, mas em não se perder de si mesmo."

"Menos é um santo remédio. Se tiver com doença, menos gordura. Se estiver muito preocupado, menos possessões, para lidar com menos. Se estiver assolado por rivalidades, menos esposas (lê-se, tudo com o se casa - cônjuge, trabalho, etc)... Quando o trabalho deixa de ser uma relação enamorada, descobrimos a competição. Quando nos damos conta de que existe a concorrência não estamos mais no campo do amor, mas no do ciúme. Não estamos mais recebendo da vida como ato reflexo de estarmos doando, mas estamos agora exigindo "direitos"."

"Ouvir o outro e buscar direcionamento é um lugar humilde que não nos rouba a identidade. Ao contrário, como é bom ser você mesmo na redução ou mesmo anulação de si. Fazer-se peão e tentar agregar valor interno, utilizando-se da trajetória externa, é legítimo e enobrecedor. Por último, é a generosidade. Ser generoso é, em última instância , abdicar de "mais". E quanto "menos" nesse sentido, mais paz. Portanto a paz é uma função do "menos", uma aplicação do "menos". Só pode haver paz na contenção do desejo de "mais" já que ele é o epicentro da noção da carência que gera disputa e conflito."

 "E se algo acontecer por lá e eu não estiver? É uma pergunta equivocada. Onde quer que você esteja é onde pode acontecer. "Lá" é um lugar viral porque todo o serviço acontece "aqui"."

Uns dos meus preferidos:

"Diz a ética dos Ancestrais:

Sábio é aquele que aprende com todos.

Poderoso é aquele que contém seu ímpeto.

Rico é aquele que se satisfaz com o que é e tem.

Respeitado é aquele que respeita os outros."

"A tarefa do sábio não é ensinar, mas aprender. A tarefa do sábio não é dominar, mas se render. A tarefa do sábio não é fazer uso de seu conhecimento, mas se livrar dele. A tarefa do sábio é enredar-se em perguntas, desvencilhar-se de respostas."

"Quando uma criança começa a deixar o bolo para depois, caso tenha vontade mais tarde, demonstra que está mais desejosa de poder do que dos benefícios que alguma coisa possa proporcionar. Está mais no território do poder do que da riqueza. Este é um território que fomenta frustração e insatisfação."

 "A sabedoria milenar que produziu toda a verdadeira espiritualidade. Seja ela cristã com sua ênfase no sagrado e no amor, seja ela islâmica com sua ênfase no sagrado e no servir, seja ela budista com sua ênfase no sagrado e no desapego: todas visam libertar dos vírus do "Eu" e despertar para protocolos que viabilizem as bênçãos."

O melhor:

"Nós somos um meio, não um fim. Essa não é uma má notícia. Assim como não é uma má notícia para a borboleta que ela não seja um ser humano, também não é uma má notícia para um ser humano que ele não é um Deus. Ser borboleta é atingir o máximo da sabedoria, do poder, da riqueza e da honra que lhe cabe. A qualidade de ser borboleta tem a mesma magnitude da qualidade de ser um ser humano. A qualidade de ser plenamente um humano tem a mesma magnitude de ser um deus. Talvez nesse ato de ser borboleta ou de ser humano nos incorporemos a Deus."

NO FORNO: Os Segredos da Mente Milionária, T. Harv Eker

NO FORNINHO: Barba Negra O Diário Perdido, Christie Golden