"Existem mais coisas entre o céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia." Shakespeare.
Esta citação de Shakespeare define exatamente a sensação que tive ao terminar de ler este livro. Leitura muito rica, engrandecedora, desafiadora no quesito pessoal. Um convite a aprender que é possível uma reforma íntima sem martírio, mas confesso que fiquei um pouco frustrada ao perceber o quanto não sei, o quanto meu caminho é longo em termos de aprendizado, bem como perceber o quanto é difícil e moroso modificar-nos, quebrando paradigmas, modificando hábitos, certos vícios de comportamento e repetições.
Pressa de mudança? Assim eu estava, mas não é necessário, aliás nem bom é. Então, a mudança é possível, mas deve ser feita com serenidade, respeitando nosso próprio tempo, porém com consciência, disciplina e principalmente muita vontade.
Livro de cabeceira, merece ser lido, relido e relido.
"Vemos, frequentemente, pessoas preocupadas com o mal que o outro pode lhe fazer, temerosas com olhos gordos que lhes fundem fantasias místicas e sentimentos inferiores em relação a alguém, entretanto, ignoram que seu grande inimigo, seu grande oponente são elas mesmas, por meio de comportamentos pelos quais atraem o mal para si mesmas. Somos sempre os únicos responsáveis por nós."
São tantas citações importantes e interessantes que eu colocaria o livro inteiro aqui. Mas, para mantê-los estimulados a ler o livro todo, colocarei apenas mais algumas:
"O homem na Terra encontra-se tão habituado a denegrir o outro que não é capaz de avaliar o mal que faz a si mesmo com essa atitude. No entanto, na medida em que busca sua transformação, afeiçoa-se a conduzir sua palavra mais nobremente em relação ao próximo e a tudo que o cerca."
"O melhor e mais ajustado sentido para o trabalho interior de melhoria pode ser compreendido como a conquista da consciência de si mesmo, a aquisição do patrimônio da divindade que dormita no imo de nós próprios desde os primórdios da criação. Menos que vencer as sombras interiores, o desafio da reforma espiritual requer a capacidade de criar o bem em nós pela fixação dos valores novos."
"O mal será transformado em bem por seus opostos. O medo será renovado aprendendo a exercer coragem, a inveja sofrerá mutação pelo exercício da abnegação, a avareza será metamorfoseada à medica que nos habilitarmos ao exercício do desprendimento, a irritação será convertida pela aquisição da serenidade."
"Evitemos conceber mudança interior sob enfoque restrito de repressão. Medo contido pode ser trauma para o futuro; inveja reprimida pode salientar-se como frustração somatizada; avareza apenas dominada pode caminhar para o desânimo; irritação somente controlada pode caminhar para a raiva."
Devo e quero reler este livro dezenas de vezes!
NO FORNO: A Cabana, William P. Young
NO FORNINHO: Mitologia Nórdica, de Neil Gaiman
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